Publicado em: 22/06/2021
O governo moçambicano autorizou a venda da participação da japonesa Mitsui na mina de carvão de Moatize à brasileira Vale, um processo que culminará no “desinvestimento” do Brasil na exploração de carvão em Tete, segundo um comunicado oficial.
“A transação segue um pedido feito pela Mitsui para vender sua participação [15%] na estrutura acionária da mina de Moatize, com a Vale agora detendo 100% do projeto de mineração”, diz uma nota do Ministério de Recursos Minerais e Energia.
A transacção visa facilitar o “desinvestimento” da empresa brasileira na exploração de carvão em Tete, anunciado pela empresa em Janeiro, processo que está a ser monitorizado pelo governo moçambicano.
“O processo de reestruturação da Vale deve salvaguardar os empregos e os direitos das comunidades onde a empresa atua, além de garantir a continuidade do cumprimento das obrigações legais e dos contratos de bens e serviços”, destaca o comunicado do Ministério de Recursos Minerais e Energia, acrescentando que o o governo supervisionará a seleção do próximo investidor.
O carvão é um dos principais produtos de exportação de Moçambique, e a Vale emprega cerca de 8.000 pessoas, das quais cerca de 3.000 são funcionários diretos e o restante terceirizado.
A Vale justifica sua saída com o objetivo de ser neutra em carbono até 2050 e reduzir algumas de suas principais fontes de poluição por carbono até 2030.
A transação com a japonesa Mitsui foi feita pelo preço simbólico de um dólar americano, mas todas as despesas e custos associados são repassados à Vale – incluindo um saldo devedor de US $ 2,5 bilhões.
Atualmente, a mineradora brasileira tem capacidade instalada de 12 milhões de toneladas de carvão por ano em Moçambique, mas em 2018 produzia apenas 11,5 milhões de toneladas, e em 2019, apenas oito milhões.
O número de 2020 deveria ter sido ainda menor, devido à queda na demanda por carvão causada pela desaceleração da economia global em face da pandemia de Covid-19.
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