Publicado em: 23/06/2021
Segundo informação do Governo alemão consultada hoje pela Lusa, Cabo Verde deixou de integrar o grupo de países considerados de alto risco devido à prevalência da covid-19, descendo para a classificação de áreas de risco básico (ambas com obrigação de registo à entrada e quarentena domiciliar de dez dias), numa escala que prevê ainda a classificação de países pela presença de variantes de preocupação (quarentena de 14 dias).
Contudo, o Governo alemão prevê que os viajantes oriundos de áreas de risco básico possam terminar a quarentena prematuramente submetendo um teste negativo à covid-19, prova de recuperação da doença ou um certificado válido de vacinação com uma das vacinas reconhecidas pelas autoridades europeias.
Cabo Verde integrou a lista de áreas de alta incidência de covid-19 do Governo alemão de 25 de abril de 2021 a 19 de junho, com o primeiro-ministro de Cabo Verde a reconhecer hoje, pelo sinal que transmite, que esta atualização é uma “boa notícia”.
“Esta decisa~o vai permitir reforc¸ar a intenc¸a~o do grupo TUI [alemão, maior operador turístico internacional] em organizar melhor e responder a grande demanda de pessoas, especialmente turistas alema~es que querem viajar para o destino Cabo Verde, sem a necessidade de cumprir quarenta”, afirmou Ulisses Correia e Silva.
Recordando que na prática será apenas exigido aos turistas alemães no regresso de Cabo Verde um resultado de teste negativo da covid-19 ou prova de vacinação, o primeiro-ministro afirmou tratar-se de “um incentivo”.
“Para que outros pai´ses possam seguir a mesma ana´lise, tanto pela atual taxa de incide^ncia a ni´vel nacional, com tende^ncia para diminuic¸a~o, como pelo programa de vacinac¸a~o em curso com balanc¸o bastante positivo”, disse.
O turismo representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto de Cabo Verde, mas devido às restrições provocadas pela pandemia de covid-19 o setor encontra-se praticamente parado desde março de 2020, provocando uma crise económica no arquipélago.
A taxa de incidência acumulada de covid-19 em Cabo Verde voltou a cair nos últimos 14 dias, para 159 casos por 100.000 habitantes, contra os 224 do período anterior, anunciou na segunda-feira o diretor nacional de Saúde.
“Conforme temos estado a verificar nas últimas semanas, tem havido uma tendência para melhoria da situação epidemiológica no país e podemos verificar isto na taxa de positividade, que apesar de ainda ser superior a 5% – o ideal era ser inferior -, continuamos a verificar uma redução”, disse Jorge Noel Barreto.
No período crítico da pandemia no arquipélago, Cabo Verde registou uma taxa de incidência acumulada de covid-19 a 14 dias (um indicador utilizado internacionalmente) de 727 casos por cada 100.000 habitantes, de 26 de abril a 09 de maio, mas que desde então está em queda.
O responsável adiantou que nos últimos 14 dias, período de 07 a 20 de junho, Cabo Verde analisou 11.773 amostras, que comprovaram 898 casos novos de covid-19, correspondendo a uma taxa de positividade de 7,6%.
No período anterior, de 24 de maio a 06 de junho, foram analisadas 14.952 amostras, que identificaram 1.754 novos casos de covid-19, correspondendo a uma taxa de positividade de 12%.
“Mas em nenhum dos concelhos do país esta taxa de incidência acumulada é ainda inferior a 25 por 100.00 habitantes, vamos ter de esperar pela próxima semana”, disse ainda, reconhecendo que globalmente a incidência tem vindo a cair “todas as semanas”.
Desde 31 de março que Cabo Verde estava a registar valores máximos de novos infetados consecutivos, quase todos os dias acima de 200, tendo registado 417 casos, em 05 de maio, quando o máximo anterior a este período foi de 159, em 11 de outubro de 2020.
Esta tendência inverteu-se no último mês, com o número de novos casos diários em queda, até ao mínimo de 32 infetados em 14 de junho, o valor mais baixo desde 22 de março (26 casos).
Cabo Verde regista um acumulado de 32.111 casos do novo coronavírus desde 19 de março de 2020 (quando foi diagnosticado o primeiro infetado no arquipélago), distribuídos por todos os 22 municípios das nove ilhas habitadas, segundo os dados do Ministério da Saúde, e 284 óbitos.
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