Publicado em: 25/04/2021
Testemunhas relatam confrontos entre apoiantes e opositores de Mohamed Abdullahi Mohamed e troca de tiros entre soldados em Mogadíscio. Antigo Presidente denuncia ataque militar à sua residência e culpa chefe de Estado.
As ruas da capital somali, Mogadíscio, foram palco de confrontos, este domingo (25.04), entre apoiantes e opositores de Mohamed Abdullahi Mohamed, que prolongou o seu mandato por dois anos, no âmbito de um impasse político.
“Há troca de tiros entre os militares pró-oposição e forças do Governo em Fagah”, disse Halima Osman, residente em Fagah, Mogadíscio, citado pela Reuters. Testemunhas ouvidas pela agência de notícias afirmam que há quatro veículos militares no local.
Os soldados nestes veículos são leais a Saney Abdule, um comandante militar que este domingo anunciou que iria deslocar as suas forças de várias posições no país rumo à capital para denunciar a extensão do mandato do Presidente.
A 12 de abril, o chefe de Estado prorrogou unilateralmente o seu mandato por dois anos, após meses de impasse político, e um dia depois a Câmara Baixa do parlamento (Câmara do Povo) votou a favor da prorrogação, apesar da rejeição absoluta tanto da oposição como da comunidade internacional.
Este sábado, a ONU alertou para as consequências da situação política no país e a União Europeia (UE) apoiou a condenação da União Africana (UA) à prorrogação de mandato do Presidente somali, bem como a decisão do envio de um enviado especial a Mogadíscio para “alcançar um consenso para as eleições”.
Também este domingo, o antigo Presidente Hassan Sheikh Mohamud denunciou um ataque militar à sua residência, apontando o dedo ao chefe de Estado.
“É muito lamentável que um exércio sob o comando do ex-Presidente tenha atacado a minha residência. (…) Farmajo é responsável pelas consequências”, escreveu Mohamud na rede social Twitter, referindo-se a Mohammed Abdullahi Mohamed pela sua alcunha – Farmajo – e como ex-Presidente, uma vez que não reconhece a prorrogação do seu mandato.
O Governo ainda não se pronunciou sobre as acusações de Mohamud, que foi substituído na Presidência por Mohamed, em 2017.
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