Publicado:03/09/2021
Cientistas sul-africanos dizem que variante tem mutações múltiplas, mas ainda não concluíram se é mais contagiosa ou capaz de superar a imunidade de vacinas ou infeção prévia. Nova estirpe foi detetada em vários países.
O Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis na África do Sul (NICD, na sigla em inglês) monitora a nova variante do novo coronavírus anunciada no país esta semana e identificada também em países da Europa, Ásia e Oceania.
Cientistas sul-africanos detetaram que a variante tem mutações múltiplas, mas ainda não concluíram se é mais contagiosa ou capaz de superar a imunidade oferecida por vacinas ou infeção prévia.
A estirpe C.1.2, que foi detetada pela primeira vez em maio e tem vindo a espalhar-se lentamente. Segundo Richard Lessels, investigador do NICD, “sabe-se apenas que parece sofrer uma mutação duas vezes mais rápida do que outras variantes globais”, explica Lessels.
Porque a sua prevalência é considerada ainda muito baixa, a estirpe C.1.2 ainda não foi classificada pela Organização Mundial de Saúde como “variante de interesse” ou “variante de preocupação”.
“É importante frisar que, apesar da atenção que tem sido dada a esta nova estirpe nos meios de comunicação, ela é apenas responsável por 2% a 3% das infeções na África do Sul”.
Ainda assim, a Organização Mundial da Saúde esclareceu, esta quinta-feira (02.09), que está a acompanhar de perto a sua evolução.
Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África, alerta que, embora tenha sido encontrada na África do Sul, esta variante C.1.2 foi detetada noutros países. Isto dissipa a ideia de a rotular novamente como uma espécie de variante sul-africana. “É uma variante que está a emergir em vários países”.
Para já, não está claro se a variante C.1.2 se poderá tornar um problema. Mas o seu aparecimento, frisa Richard Lessels, é um lembrete de que a pandemia está longe de ter terminado.
“Este vírus ainda está a mudar e a encontrar formas de continuar a infetar as pessoas. Temos de levar isso a sério, fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para baixar as taxas de transmissão”, explica Moeti.
É por isso essencial, acrescenta o investigador, insistir “numa resposta global”, particularmente no que toca a fazer chegar as vacinas a todo o mundo.