17/02/2021
MANICA — A província de Manica continua a ser um ponto de passagem de imigrantes ilegais. As autoridades dizem que tal resulta de inovação das redes de tráfico humano e porosidade da linha de fronteira.
No dia 7 deste mês, foram detidos 18 malawianos, no distrito de Vanduzi, cerca de 500 quilómetros a sul da fronteira, que pretendiam chegar a Maputo.
No dia anterior, também em Vanduzi, uma operação conjunta da Polícia e Migração deteve 10 cidadãos de nacionalidade paquistanesa escondidos numa mata, onde aguardavam por uma viatura para continuar a viagem.
Em finais de Janeiro, outros 14 paquistaneses foram detidos em Chimoio, divididos em duas residências de facilitadores de imigração ilegal.
A maioria desses detidos diz que o destino final é África do Sul.
Repatriados
Isnate Akitunde, uma malawiana que fazia parte de um grupo repatriado nesta segunda-feira, 15, disse que os recrutadores clandestinos de imigrantes estão a se aproveitar do “lockdown” e as dificuldades de sobrevivências naquele país para aliciar as pessoas a pagar por “viagens de salvação”, com destino a África do Sul.
“Nós saímos do Malawi basicamente à procura de emprego e melhores condições de vida na África do Sul. No Malawi, as condições de vida são miseráveis, mesmo as oportunidades de emprego são escassas” disse Akitunde.
Na ocasião, as autoridades moçambicanas disseram que as vítimas devem evitar o aliciamento de tráficantes.
“Apelamos a todos que optam por esses vias de tráfico humano, que não é uma prática saudável, que procurem outro tipo de trabalho rentável para a sua sobrevivência”, disse Jorge Machava, porta-voz dos Serviços provinciais de Migração de Manica.
Machava disse que os malawianos são os que mais usam o corredor para chegar a África do Sul.
Entretanto o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) disse que está em curso “um trabalho de base” para “desmantelar os facilitadores da imigração ilegal” a nível da província de Manica.
Amed Bulacho, investigador do Sernic disse que já foram detidos quatro cidadãos indiciados de terem facilitado a entrada e estadia de imigrantes ilegais em Manica, mas “está em curso um trabalho para se encontrar o mandante”.
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