Publico em: 02/05/2021
Os combates entre as forças do Afeganistão e os talibãs deixaram mais de 100 mortos entre os insurgentes nas últimas 24 horas, informou neste domingo (2) o ministério da Defesa, um dia depois do início da retirada das tropas americanas do país.
Os talibãs e as forças governamentais travaram batalhas em várias províncias, incluindo no reduto e Kandahar, onde o exército dos Estados Unidos anunciou um “bombardeio de precisão” no sábado.
Além disso, 52 combatentes talibãs ficaram feridos nos confrontos, segundo o ministério, que não divulgou um balaço de vítimas entre as tropas do governo.
Os talibãs não comentaram os combates, mas os dois lados têm o hábito de exagerar as perdas infligidas ao rival.
Nos últimos meses aconteceram muitos combates, enquanto as negociações para tentar acabar com 20 anos de conflito resultaram em fracasso.
O exército dos Estados Unidos iniciou a retirada oficial dos 2.500 soldados mobilizados no país, como determinou no mês passado o presidente Joe Biden.
De acordo com autoridades americanas no terreno de batalha, no entanto, a retirada começou alguns dias antes de 1º de maio, embora, segundo o acordo assinado entre Washington e os talibãs em 2020, nesta data a saída dos militares americanos deveria ter sico concluída.
A retirada será completada até 11 de setembro, data em que os atentados de 2001 nos Estados Unidos completam 20 anos.
O exército americano afirmou no sábado que executou um “bombardeio de precisão” depois que uma de suas bases aéreas em Kandahar foi atacada com “tiros indiretos”, que não provocaram danos.
Os talibãs consideram que o exército americano violou o acordo alcançado no ano passado por não ter retirado suas tropas até 1º de maio.
“Isto abre, a princípio, a via para que nossos combatentes adotem as ações apropriadas contra as forças invasoras”, declarou Mohammad Naeem, porta-voz do grupo.
Desde a assinatura do acordo de Doha, os talibãs interromperam os ataques diretos às forças estrangeiras. Mas não deram trégua às tropas do governo, que são perseguidas nas zonas rurais, e continuam aterrorizando a população das grandes cidades com assassinatos seletivos.
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