Publicado 11/10/2020
Os números não deixam grandes alternativas. Com a queda de receitas no setor europeu do turismo a atingir patamares como os 95% em Portugal, por exemplo, entre abril e maio, e um verão que nem chegou a aquecer, há que tomar decisões. Falamos de um trabalho específico: os guias turísticos que têm protagonizado manifestações a reclamar proteção social. Mas muitos já estão a fugir para outras profissões.
Barbara Szuhai trabalha em Budapeste e está a pensar na mudança, tendo em conta as condições atuais. “Tento organizar passeios eu mesma aqui em Budapeste. Mas é horrível. E não temos apoios fiscais. O dinheiro que faço é para pagar impostos”, conta-nos.
Mariann Gellért já alterou o percurso profissional. Durante 11 anos, orientou grupos de viagem ao Dubai, uma vez que, para além do húngaro, domina o árabe e o inglês. Atualmente, trabalha numa padaria. “Foi uma oportunidade que surgiu. A minha família também me tem ajudado muito durante este período difícil. Estiveram ao meu lado até ao dia de hoje”, explica.
Segundo a jornalista da Euronews Olivia Harangozó, “outros guias tornaram-se motoristas de camiões ou revisores nos transportes públicos. Noutras valências do setor do turismo, há quem ainda mantenha a esperança”.
Há mais de 15 anos que Péter Jones trabalha com alojamento local. Os preços caíram para metade. E agora em vez de arrendar a turistas, as casas vão parar a estudantes.
“Tivemos de mudar de estratégia: arrendar a estudantes, com contratos com a maior duração possível, a preços baratos, para podermos pelo menos pagar as despesas de condomínio”, diz Jones teve de despedir quase 60 pessoas que colaboravam no serviço. Até agora, a sua atividade caiu 70% em relação ao ano passado.
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