O Fórum de Negócios Virtual Moçambique-Índia, organizado pela CTA, EEPC e Governo Indiano, envolvendo cerca de 100 empresários moçambicanos e indianos dos sectores da Saúde, Infraestruturas, Energia, Agronegócios e Maquinaria, foi um passo importante e produtivo na resposta aos desafios impostos pela Pandemia da COVID-19.
Falando na abertura do Fórum de Negócios, o Vice-Presidente da CTA, Castigo Nhamane, referiu que a CTA, como entidade que congrega e lidera as actividades do sector privado moçambicano, está interessada no desenvolvimento de maiores parcerias com a Índia, pela necessidade de trazer respostas mais eficazes para os desafios que a retoma da economia enfrenta. Nisso, acredita que a Índia pode jogar um papel muito importante para ajudar a alavancar e dinamizar o papel do sector privado moçambicano na resposta aos problemas que a economia enfrenta.
Dos sectores que dominaram o Fórum de Negócios, a Índia tem vantagens competitivas pela sua larga experiência. O Serviço de Saúde de Moçambique, assim como a indústria farmacêutica privada nacional, dependem grandemente de fármacos importados da Índia para o combate a diversas enfermidades.
A Índia tem sido um dos principais parceiros comerciais de Moçambique, tendo ocupado o segundo lugar em 2018, com um volume de comércio externo, com Moçambique, estimado em cerca de 1.882 milhões de Dólares, sendo que 76% do volume de comércio, entre os dois países, representa exportações de Moçambique para índia. Pelo que, o saldo comercial entre os dois países é superavitário a favor de Moçambique, ou seja, a Índia compra mais do que vende para Moçambique!
Necessidade de diversificação do leque de produtos
O Vice-Presidente da CTA, Castigo Nhamane, acredita que, apesar de o carvão, a castanha de cajú e o feijão estarem entre os principais produtos que Moçambique exporta para a Índia, existem potencialidades para a diversificação do leque de produtos que constituem a base das trocas comerciais entre os dois países.
“É por este motivo que trazemos como um sector prioritário o da maquinaria, com destaque para a agrícola, como forma de, por um lado, alavancar as trocas comerciais e, por outro, dinamizar a agricultura comercial para responder à nossa aposta no agronegócio como prioridade de acção”, referiu Castigo Nhamane.
O Vice–Presidente da CTA fez referência aos principais desafios impostos pela Pandemia da COVID-19, principalmente nos sectores de turismo, que viu reduzido o volume de reservas entre 80% e 95%; de transporte, que se debate com a redução em mais de 50% da sua facturação; e de Petróleo e Gás, que levou à reestruturação dos planos de investimentos e operações, o que adia, para 2023, o anúncio da decisão final de investimento do Projecto do Complexo Mamba da Área 4 Onshore, que estava previsto para este ano.
Pela magnitude do investimento de que se espera, cerca de USD 30 biliões, esta situação significou o adiamento de oportunidades para o sector privado nacional, o que atrasa as expectativas de Moçambique tornar-se um dos principais players na produção do Petróleo e Gás a nível mundial.
“É aqui, onde somos chamados a reflectir sobre as inúmeras oportunidades de negócios e investimento existentes também nestes sectores, para fazermos melhor aproveitamento do espaço ainda existente para incrementar a intervenção da Índia, quer no agronegócio, turismo, indústria e recursos minerais, bem como explorar outras áreas como energias limpas, pesca, incluindo a aquacultura e a indústria de processamento de pescado, como parte da diversificação a que nos referimos”, salientou Castigo Nhamane.