Na segunda-feira, os promotores da extensa investigação de corrupção da Lava-Jatos no Brasil acusaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de lavagem de dinheiro, menos de um ano depois que o tribunal superior do país ordenou que ele fosse libertado da prisão enquanto ele apelava de sua condenação em outro caso.
Os promotores disseram que o ex-líder de esquerda que governou o Brasil de 2003 a 2010 recebeu propina da gigante da construção Odebrecht disfarçada de doações ao instituto que leva seu nome. Alegam que ele recebeu ilegalmente os recursos nas contas do Instituto Lula entre dezembro de 2013 e março de 2014 em troca da concessão de contratos com a estatal Petrobras.
Os advogados do ex-presidente conhecido como Lula disseram que ficaram surpresos com as acusações e que os promotores não têm evidências para apoiá-las. Da Silva repetidamente alegou sua inocência e acusou os promotores na investigação do Car Wash de persegui-lo politicamente.
Os promotores também acusaram seu primeiro ministro da Fazenda e o chefe do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Okamotto negou as acusações.
A quarta acusação de Lula decorrente da investigação do Lava Jato vem logo depois que vários promotores deixaram a força-tarefa anticorrupção. O chefe da força, Deltan Dallagnol, disse em 1º de setembro que se afastaria por motivos familiares.
Lula está apelando de sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro em relação à compra de um apartamento à beira-mar no estado de São Paulo. Um tribunal superior manteve a decisão em janeiro de 2018, que prendeu o ex-presidente três meses depois e o impediu de concorrer nas eleições presidenciais daquele ano.
O ex-juiz Sergio Moro, que emitiu a decisão, mais tarde se tornou ministro da Justiça no governo do presidente Jair Bolsonaro. Ele renunciou em abril deste ano.
Da Silva foi libertado em novembro de 2019 depois que o tribunal superior do Brasil decidiu que a prisão só é permitida após todos os recursos terem sido esgotados. No dia 7 de setembro, o ex-presidente de 74 anos disse que está “a serviço do povo brasileiro”. Mas ele só pode se candidatar a um cargo político se suas condenações forem anuladas pelo tribunal superior do país.
Fonte: Club Of Mozambique