Publicidade em: 27/05/2021
O EX-PRESIDENTE da África do Sul Jacob Zuma e a companhia de armamento francesa Thales declararam-se ontem inocentes das acusações de fraude, extorsão, corrupção, evasão fiscal e lavagem de dinheiro, num tribunal sul-africano.
O julgamento começou ontem em Pietermaritzburg, capital da província do KwaZulu-Natal, litoral do país, após vários recursos do ex-Chefe do Estado sul-africano, e refere-se a um caso de corrupção pública de aquisição de armamento com mais de 20 anos e que envolve o grupo francês Thales.
Zuma solicitou a remoção do caso do advogado Billy Downer, procurador do Ministério Público, questionando a “imparcialidade” e “independência” do advogado do Estado sul-africano.
O ex-Presidente, representado pelo advogado Dali Mpofu, insistiu ainda que houve “interferência política” no caso de corrupção de que é acusado.
O procurador do Ministério Público (NPA, na sigla em inglês), o advogado Billy Downer, referiu que o Estado “não seria capaz” de responder de imediato, em tribunal, ao apelo especial apresentado pela defesa de Zuma, considerando “volumoso” o fundamento, mais de 1.000 páginas.
A defesa do ex-Chefe de Estado concordou que o Ministério Público deveria ter “tempo” para apresentar declarações de resposta e, por isso, o juiz Piet Koen adiou o casopara 19 de Julho próximo.
Em reacção ao adiamento, o NPAdisse que “não parece haver urgência” da parte do ex-presidente de ver finalizadoeste casoque se arrasta há 20 anos na justiça sul-africana.
Na sua intervenção, o advogado do ministério Público apresentou também 18 acusações, complementando a principal acusação de corrupção contra o antigo chefe de Estado sul-africano.
De acordo com a acusação do NPA, a que a LUSAteve acesso, o ex-PRrecebeu 791 transações financeiras entre 25 de Outubro de 1995 e 7 de Junho de 2004, totalizando 4.121.604.88 rands(cera de 18 milhões de meticais).
No poder entre 2009 e 2018, Zuma foi forçado a demitir-se após uma série de escândalos.
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