

A Ethiopian Airlines, maior e mais bem-sucedida companhia aérea da África, está proibida de voar para a Eritreia a partir de 30 de setembro de 2024. A decisão foi tomada pela Autoridade de Aviação Civil da Eritreia, após a companhia ser acusada de permitir o roubo e a “pilhagem” organizada das bagagens dos passageiros.
Em uma declaração oficial divulgada na quarta-feira (24), a Ethiopian Airlines confirmou o recebimento de um aviso da Autoridade de Aviação Civil da Eritreia. A carta, que circulou online, denunciava práticas comerciais maliciosas, incluindo roubo, danos, atrasos prolongados e perda sistemática de bagagens sem compensação adequada. Além disso, a Ethiopian Airlines foi acusada de aumentos de preços injustificados e outras irregularidades.
A Autoridade de Aviação Civil da Eritreia afirmou que “repetidos e incansáveis apelos” para que a Ethiopian Airlines corrigisse essas falhas não surtiram efeito. Diante disso, a entidade sentiu-se obrigada a suspender todos os voos da Ethiopian Airlines para a Eritreia.
A relação entre Eritreia e Etiópia tem sido historicamente tensa, embora um acordo de paz em 2018 tenha restaurado as relações diplomáticas após anos de conflito. Recentemente, no entanto, as tensões voltaram a aumentar devido à decisão da Etiópia, que não possui litoral, de firmar um acordo com a Somalilândia para acesso ao porto do Mar Vermelho em Berbera. Como parte do acordo, o governo da Somalilândia receberia uma participação na estatal Ethiopian Airlines.
Desde a independência da Eritreia em 1993, a Etiópia tem dependido de Djibuti para acesso a portos, tornando o novo acordo com a Somalilândia um ponto sensível nas relações regionais.
A proibição imposta pela Eritreia representa um desafio significativo para a Ethiopian Airlines, conhecida por sua ampla rede de voos e por ser um pilar da aviação africana. A companhia aérea ainda não divulgou como pretende responder às alegações ou como irá ajustar suas operações diante da proibição iminente.