COVID-19: Moçambique reforça medidas de vigilância contra eventual surto de coronavírus
O Governo de Moçambique, através do Ministério da Saúde, está a implementar um plano multissectorial de resposta a uma eventual epidemia do COVID-19, o novo coronavírus.
O facto foi avançado na noite desta quinta-feira, em Maputo, pelo ministro da Saúde, Armindo Tiago, em conferência de imprensa, numa altura em que foi confirmado o primeiro caso de coronavírus na vizinha África do sul.
Para o efeito, está em curso a criação de um comité técnico para fazer análise da tendência de caso de epidemia a nível global e numa base diária, actualizar a lista de países sujeitos a quarentena.
Neste momento, a medida fundamental a ser tomada pelo Governo de Moçambique é o reforço da vigilância nos pontos de entrada ao país.
“O reforço da vigilância far-se-á em todos os postos, mas vamos reforçar particularmente nos postos terrestres da ponta do Ouro, Goba e Namaacha.
Neste momento, podemos dizer que temos equipas em prontidão, para dar resposta a eventual epidemia de coronavírus mas que poderá fazer a detenção e investigação de todos os suspeitos que entrarem neste país”, frisou.
Segundo Armindo Tiago o Ministério da Saúde, dispõe de material individual para atender os primeiros 100 casos de surto a eclodir no país.
“Estamos a fazer um orçamento adicional para aumentar o stock de equipamento de protecção individual, assim como de medicamento necessário para a abordagem desses casos. Em termos de diagnóstico, conseguimos, no tempo que podemos considerar record para o actual contexto, obter neste momento cerca de 2 mil kit’s para fazer o diagnóstico do coronavírus no país “, disse.
O ministro da Saúde anunciou que a nível dos aeroportos estão disponíveis números de telefones dos médicos-chefes e directores clínicos, para garantir o encaminhamento dos indivíduos em quarentenas às unidades sanitárias.
Face ao surgimento do primeiro caso do Covid-19, o novo coronavírus, na África do Sul, o Ministério da Saúde reitera o apelo à população a reforçar as medidas de prevenção.
“As medidas de prevenção que incluem lavar frequentemente as mãos, principalmente após o contacto directo com pessoas doentes ou com objectos contaminados, evitar o contacto próximo com pessoas com sintomas de gripe, por exemplo aperto de mãos, partilha de utensílios domésticos como copo, garfo, colher, usar correctamente a etiqueta da tosse, manter uma distância adequada quando se vai tossir ou respirar”, disse o ministro da Saúde, Armindo Tiago, na conferência de imprensa sobre a actualização da situação do coronavírus no país e depois da confirmação do primeiro caso na África do sul.
E com este caso, sobe para sete o número de países africanos com Covid-19, o novo coronavírus.
Depois do Egipto, Argélia e Nigéria, Tunísia, Senegal, Marrocos e Africa do Sul apresentam casos confirmados da doença.
Os primeiros casos do coronavírus, em África, foram registados no Egipto e Argélia.
O surto de Covid-19, detectado em Dezembro, na China, e que pode causar infecções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.300 mortos e infectou mais de 95 mil pessoas em 79 países.
Das pessoas infectadas, mais de 50 mil recuperaram.
Além de 3.012 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça e Espanha.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.( RM)